terça-feira, 3 de abril de 2012

Rimas Soltas




Quero rimar esses versos,
quero que rimem com meu sentimento hoje,
com minha indecisão e imprecisão,
com meu ser e não ser.

Quero que tragam a rima do dia-a-dia,
o imperceptível em sua melodia...
Quero que traduzam os olhares,
apesar dos pesares...

Quero que discorram sobre emoções ainda sem nome,
aquilo, indefinido, ainda sem resposta.
Quero que falem do antigo,
de tom amarelado, poético e esquecido.

Quero que capturem a simplicidade,
o óbvio, o ignorado e o disperso.
Quero que rimem com felicidade,
que talvez ainda seja rumo incerto.

Quero rimá-los em rimas soltas,
em um ritmo singelo.
Ainda que sejam tolas,
formem juntas um tom belo.

Quero que forjem um novo prosseguir,
e aqui não seja seu último paradeiro.
Quero que continuem em cada sentir,
em cada pausa para olhar o céu...

Quero que expressem, nem dor nem alegria,
talvez algo ainda sem tradução.
Que não digam mais do que precisam dizer,
e não voem além da imaginação.

Izuara Beckmann,
03 de Abril de 2012

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